Metamorfoses de Paula Moita

Metamorfoses cinco ilustrações e uma escultura de Paula Moita em exposição no Café das Artes na Casa da Cultura em Setúbal.

Renegou-se a si mesmo.
Guardou o remorso de não ter vivido a tristeza, o desespero, as alegrias e as suas paixões.
Queria ter-se dado à terra, a vida, a alguém.
Queria falar ainda, queria pedir perdão, não pelo que fez mas pelo que não fez.
Queria pedir perdão, por ter mentido à vida, por ter enganado o desejo com a falsa promessa de um "mais tarde".
E como tantos homens, quando começou a deslocar a mascara, somente no último suspiro, percebeu que morrer virgem de si próprio... morreu sem nunca ter vivido.
E neste processo de reflexão deparei-me com um estudo de uma médica australiana que recolheu os 5 maiores arrependimentos dos seus doentes no momento da morte e resolvi inclui-los nesta obra.
Para quando a lagarta pensar que é uma morte seja apenas uma metamorfose.

Gostei desta escultura.

1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu queria, não a vida que os outros esperavam que eu tivesse.

 2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto.

 3. Eu queria ter a coragem de expressar os meus sentimentos.

 4. Eu gostaria de ter ficado em contacto com os meus amigos.

 5. Eu gostaria de ter-me permitido ser mais feliz.

Setúbal, 23 de Setembro de 2017